Na segunda-feira, dia 11/01 no quarto dia de Fashion Rio tivemos 5 desfiles, mas vamos dar destaque ao da marca TNG. Tivemos a presença especial de Taís Araújo e Thiago Lacerda nas passarelas.
Poucas vezes a cultura da remixagem foi tão forte e marcante num desfile nacional. Roupas, trilha sonora e estilo, todos no mesmo compasso, em ritmo contagiante, sob a batuta de um novo maestro: o artista plástico e stylist Maurício Ianês, que assume a partir desta temporada a direção criativa da TNG.
Ianês empresta para a grife o seu olhar único das coisas do mundo: com a mira voltada para Canadá e Alasca, ele explora os meandros da cultura Inuit, derivada dos esquimós que povoam aquelas bandas. O instinto de caça e legados como as imagens totêmicas são desdobrados de maneira excepcional através de peles sintéticas, roupas utilitárias, remix de realidades - o encontro dos tecidos sintéticos (náilon) com os naturais (lã, seda, algodão) é um dos (muitos) pontos altos da coleção. Outro pico é encontrado nos xadrezes, que partem de uma variação mais tradicional no começo para uma releitura cubista no meio e um efeito op-art no quase-fim.
Uma aula de estamparia. A silhueta é oito ou oitenta - oito no caso das meninas, que encontram na maior parte das roupas comprimentos mini. Com exceção do primeiro look, que foi introduzido pela atriz Taís Araújo (devemos considerá-lo parte do desfile?), não existem calças no inverno da TNG. As mulheres que sentem frio nas pernas terão que se contentar com os macacões. E oitenta no caso dos meninos, que abusam da verticalidade das peças. Aqui vale reforçar o extraordinário trabalho de estamparia gráfica das maxicamisetas. Inspiradas em bordados Inuit e tótens da cultura esquimó, elas já estão na lista de itens mais desejados da temporada. É muito provável que a transposição dessas t-shirts para o consumidor final seja recalcada, num comprimento mais amplamente aceito, mais ortodoxo.
Mesmo assim, se as estampas forem mantidas no devido lugar, as peças devem esgotar nas filiais TNG. Os grafismos Inuit na cor preta são absurdos de lindos, mas a cereja do bolo está nos poucos modelos vermelhos que foram apresentados. Imagem forte. Desejo de consumo. Vendas garantidas. Ponto para Maurício. As meninas também podem se animar com a entrada do novo diretor criativo, já que ele traz para a grife bermudas, shorts, saias, vestidos e casacos que variam entre os cortes de alfaiataria, com aspecto militar, e as formas mais fluídas, porém não menos utilitárias. A praticidade e o conforto são duas palavras de ordem para a grife nesta temporada. Uma sequência de vestidos merece atenção especial: começando com Drielly Oliveira, as peças são uma ode à relação homem-natureza. A mistura de tecidos, a silhueta totalmente no lugar e o frescor das imagens surpreendem.
Fonte: Porto Cultura
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